Vinícolas urbanas, cervejarias, Nirvana, frutos do mar e Marijuana liberada...essa é Seattle. Saimos de Anchorage no Alaska e desembarcamos em Seattle, a terra das chuvas. Dizem que em Seattle chove 80% do tempo, pode ser... mas chegamos com um belo dia de sol. Logo pegamos um Uber do aeroporto até nosso hostel, 30 doletas, foi descarregar as mochilas e começar a pernada! Logo na chegada, percebe-se um cheiro constante de Marijuana, em Seattle é liberado, você vai nas lojas autorizadas e compra seu cigarro. Os EUA já conviveram com a proibição do álcool durante 13 anos e foi uma experiência social e política fracassada, recolhiam menos impostos e o tráfico de bebidas aumentou os crimes. Com a Marijuana a mesma coisa, Seattle foi um dos poucos lugares do mundo onde não vimos traficantes oferecendo droga, ao contrario de lugares como Jamaica, Miami e Portugal, onde fomos muito assediados pelos "vendedores". Apesar de liberada, algumas regras são impostas como, idade para compra, quantidade, assim como não é permitido fumar na rua (também não é permitido beber fora de bares e restaurantes). Seattle foi o palco das bandas grunge como Nirvana, Alice In Chains, Pearl Jam e Sound Garden entre inumeros outros ícones que marcaram uma geração. Nossa parada de fim de tarde era ao lado do hsotel, The Crocodile, o bar onde tocavam todos estes monstros... good vibe! Demos uma passada no antigo Reciprocal recording, onde o Nirvana gravou sua primeira demo. Aqui a foto do Black sun, que inspirou a musica black hole sun do SoundGarden. Seattle pode ser visitada facilmente a pé e de Uber, sem precisar ficar dirigindo, pagando uma grana de estacionamento, etc... A atração principal da cidade se chama Pike Market, o ponto de encontro que une locais e turistas. Em frente ao mercado está a primeira loja do Starbucks dos EUA. Legal parar, tomar um café, comprar uma canequinha pra mamãe e logo ao lado está uma padaria chamada Piroshky, a fila mostra que existe algo bom por lá... destaque para um empanado de patê de salmão defumado. No mercado existem muitos restaurantes de frutos do mar e o prato imperdível é a Clam Chowder, uma sopa de mariscos. Na mesma rua está Beecher's, queijos caseiros, que faz um excelente Mac and Cheese. O suco de maçã, quente ou gelado, também é um item imperdível no cardápio dos visitantes. Seattle é recheada de cervejarias e... Vinícolas! São delas que vamos falar, um grupo chamado Urban Wineries. O estado de Washington é o segundo maior produtor de vinhos dos EUA, tendo como Seattle a capital das vinícolas urbanas. As 4 grandes variedades de Washington são: Chardonnay, Riesling, Cabernet Sauvignon e Merlot, nesta ordem, preenchendo 77% da produção de todo o estado. Porém... ao chegar nas salas de degustação, nos impressionamos com a variedade de uvas ofertadas, com destaque ao Syrah que vem despontando nos últimos anos, seguidos por uvas como Nebbiolo e Tempranillo, Washington possui 14 AVAs (American Viticultural Áreas), sendo a maior Columbia Valley AVA. Com mais de 30 vinícolas espalhadas pela cidade, Seattle se tornou o point para os winemakers locais transformarem seu hobby em um negócio, trazendo mais perto da vida urbana excelentes vinhos a preços acessíveis. Caminhando, de Rail, the onibus ou Uber você pode provar ótimos vinhos, sem precisar de umas “férias rurais” para degustar um bom exemplar. Nós comecamos nossa jornada pelo Pine market mesmo, onde encontramos uma barraquinha da WilRidge, uma Vinicola orgânica que faz parte das Urban Wineries de Seattle. Lá degustamos de tudo um pouco, desde Malbec Rosé até Nebbiolo, bem menos agressivo que os potentes Italianos, porém mais equilibrado e pronto para beber. De lá seguimos para a Tasting room, onde provamos vinhos interessantes como um Semillion (wil Ridge), com notas de terra, cogumelos e nozes; Um Albariño (NHV), lembrando frutas verdes e salgado; Syrah (Ciel du Cheval), bem amadeirado e ácido... pra Karla tinha cheiro de estábulo kkk; Por último um Cabernet Sauvignon Reserva (Camaraderie), bem equilibrado com toques de ameixa. A melhor experiência tivemos na The Estates Wine Room, onde provamos diversos Syrah, Cabernet e Merlot. Eles representam 3 vinicolas da região, Seven Hills, Archery e Double Canyon, com vinhos na base de $60 dólares. Ficamos um bom tempo conversando com os atendentes que eram sommeliers, estudando para serem winemakers... uma bela troca de experiências, com uma degustação comentada por quem nasceu em Washington. Os Syrah de Washigton são diferentes dos Syrah de Rhône, não sentimos o spicy de Hermitage porém descobrimos um vinho que mantém uma excelente acidez, e que com certeza melhora com o tempo. Quanto aos famosos Cab do novo mundo... Um Cabernet Sauvignon é muito dificil de produzir um vinho varietal e sua melhor combinação está nos blends de Bordeaux, acompanhado pela Merlot. Porém, os vinhos de Washington são extremamente balanceados, com menos tanino, um pouco mais frutados e com um toque de Baunillha, deixando um 100% Cabernet uma bela opção de mercado, O papo estava tão bom que abriram Champagne e dois complexos Pinot Noir de Oregon. Aliás, falando em gosto pessoal, os Pinot Noir da Califórnia e Oregon batem os famosos Burgundy em minha opinião. Outras vinícolas que podem ser visitadas na região de Seattle são: Aluel cellars Almquist family vintners Domanico Cellars Robert Ramsay Cellars Tendo tempo, duas regiões vizinhas a serem visitadas são, Sodo e Georgetown, onde ficam as vinícolas: Kerloo Cellars Structure Cellars Elsom Cellars Cloudlift Charles Smith Jet City E se quiser um day trip de barco, pode pegar um ferry por $8 e visitar bainbridge, uma ilha a 30 minutos de Seattle que abriga 8 vinícolas artesanais. Além disso existem excelentes wine bars em Seattle, como o Purple, onde podemos provar vinhos de regiões mais afastadas como a famosa Walla Walla Valley (5 horas de Seattle) e Yakima valley, de onde saem vinhos premiados e considerados os melhores de Washington. Um detalhe importante em Washington é que ao contrario de muitas regiões produtoras de vinhos, sistemas de irrigação são permitidos e necessários. Sem irrigação a agricultura na região seria impraticável. Mas qual a importância disso? Você já deve ter ouvido falar que os vinhos possuem “vintages” ou seja, anos que são excepcionais certo? E que as características mudam de ano para ano, mesmo usando as mesmas técnicas, mesmo solo, etc... Um dos inumeros fatores que alteram o vinho no decorrer dos anos é a chuva. O excesso de água torna as frutas inchadas e diluem os sabores concentrados, açúcares e outros componentes vitais para se conseguir um bom vinho. Com a falta de água e o uso de irrigação, o produtor consegue controlar o crescimento das plantas e fica mais perto de manter um padrão anual de seu vinho, ao contrário das regioes que dependem apenas do clima para expressar seu terroir. O mapa mostra a esquerda Seattle, e a direita, divididos por uma cadeia de montanha, Columbia Valley, região com pouquissímas chuvas. Finalizamos a trip com uma visita a Woodinville... A região de Woodinville, a cerca de 30 minutos dirigindo de Seattle, abriga mais de 100 vinícolas, incluindo o famoso Chateau Ste.Michelle, a vinícola mais antiga de Washington. St Michele e Columbia winery são os pioneiros de Washington que primeiramente produzia apenas Chardonnays e Rieslings. Em Ste. Michelle vimos um belo Chateau, com plantas antigas e fizemos uma degustação voltada para os Rieslings. O destaque ficou por conta dos vinhos "Eroica", feito por um winemaker alemão e de Rieslings eles entendem. Do outro lado da rua visitamos a Columbia Winery e fomos extremamente bem recebidos pela sommelier, com um belo tastings de vinhos bem interessantes. Destaques para os blends de Syrah... como mencionamos os Syrah de Washington são bem expressivos e necessitam tempo de garrafa. Porém a mão dos winemakers fazem blends fantásticos, com Syrah predominante, que produzem vinhos extremamente equilibrados. Em woodinville quase todas as vinícolas oferecem blends estilo Bordeaux e algumas ainda enfiam Syrah no meio. Mais algumas fotos de Seattle e seus arredores. Seattle foi Show! Agora... "Amor eu vou pra Califórnia..." Fiquem ligados na nossa trip de San Diego até a Meca dos vinhos nos EUA, Napa Valley.
Salud!
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Andre & Karla
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