Visitamos Tirana, a capital da Albânia, além de Kruja e Berat, em busca de vinhos e histórias sobre o “renascimento” pós comunismo. Chegamos em Tirana e fomos logo em busca dos Walking tours, fantásticos passeios que duram em média 3 horas pelos pontos mais importantes das cidades. Enquanto caminhávamos, o guia contava histórias da época do comunismo, depoimentos incrivelmente chocantes de como viviam e eram dominados pelo governo. Mantimentos limitados, pouca variedade, televisão apenas local e proibida a entrada e saída do país. Não se podia viajar! Existia uma coisa chamada “propaganda” onde o governo passava que a Albânia era o melhor país do mundo para se viver, inclusive mostrando vídeos de mendigos nos EUA. Assim, o povo se contentava em viver pacificamente dentro dos domínios do governo. Foi uma época onde tudo era do governo, não existia comerciantes! Imagine toda a produção de alimentos, roupas, etc... Em poder do governo. Ao final deste regime o país teve que se reerguer pouco a pouco e muitos tiveram que recomeçar do zero. Uma coisa marcante na cidade é o trânsito, praticamente eles não tem educação no trânsito, pois no regime comunista os poucos carros que restavam eram do governo. Hoje a cidade é cheia de carros, porém não respeitam as regras ou talvez nem as conheçam. Dirigir na Albânia é um desafio... Uma paisagem comum na Albânia são os Bunkers de guerra, espalhados por todo o país. Um Bunk, é um abrigo de guerra resistente a ataques aéreos, terrestres e químicos. Existem Bunkers militares que são gigantescos, como o que visitamos em Tirana, e outros menores espalhados pelo país, totalizando mais de 173 mil. Albânia é um país traumatizado pelas guerras. Os abrigos foram criados para proteger os soldados e a população de futuras invasões. As estradas raramente são retas, com o propósito de não permitir aviões inimigos de pousarem. Agora vamos conversar sobre eles, os vinhos... Albânia é famosa pelos seus moradores cultivarem uvas nos jardins das casas para produção de vinho e do destilado de uva Rakia. Visitamos uma vinícola chamada Çobo Winery. Uma boutique winery, com produção de 80 mil garrafas ao ano. Conseguimos provar as uvas indígenas que procurávamos no país, Sesh I Bardhe, Sesh I Zi, Puls, Kallmet e a raridade Vlosh! Vlosh é uma variedade indígena, cultivada em apenas 3 hectares na Albânia, ou seja apenas 3 hectares desta uva são cultivados no mundo. O vinho produzido por eles recebeu na Itália o prêmio de TOP 10 entre as variedades indígenas do mundo e foi caracterizado pelos jurados como: “Fortes aromas, características marcantes e equilibradas, um vinho que não pode ser tomado por qualquer pessoa.” Provamos essa iguaria e levamos uma garrafa para casa, para degustar com amigos amantes de vinhos. Um outro detalhe, está uva produz um vinho com excelente poder antioxidante, devido ao alto grau de polifenóis, superior aos vinhos encontrados no mercado. Shesh I ZI é considerado geneticamente o pai das Cabernets na Albânia. Produz um vinho frutado e com toques azedos, que marcam a característica da uva. Shesh I Bardhe, a variedade branca da Shesh I Zi, produzem juntas 35% de todos os vinhos na Albânia. A variedade branca mistura aromas florais e um toque de amargo e doce ao final, mesmo o vinho sendo seco. A uva Pils, já entra nas raridades, uma uva com risco de desaparecer do mercado, devido à baixa eficácia na produção. Com longo retrogosto e toques florais, cai muito bem com peixes. Adoramos degustações de uvas locais, vinícola bem arrumadinha e com bons vinhos, valeu a visita! Dos lugares que passamos, Albânia foi onde encontramos mais variedades indígenas e os vinhos mais marcantes. O país tenta resgatar o prestígio que tinha antes da era comunista, com “Suas uvas doces, produzindo vinhos entre os 3 melhores do ranking mundial” Como disse Pliny, um antigo escritor romano.
Agora seguiremos viagem em direção a Montenegro, onde vamos buscar a uva número um do país, a Vranac! Salud!
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Andre & Karla
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