Cercado pelo Himalaia, Nepal possui alguns dos vinhedos mais altos do planeta. Durante muito tempo, o Himalaia Nepalês proveu um lugar sagrado e sereno para todos. Sábios e videntes transformaram o lugar em seus lares durante sua busca pela libertação do sofrimento e ignorância. O mesmo Himalaia agora serve como um destino atraente para turistas de aventura do mundo inteiro. Apesar de a Argentina creditar a si mesma como tendo os vinhedos mais altos do mundo, situados na região de Salta, a realidade é um pouco diferente. A região do Himalaia, uma cadeia de montanhas Asiáticas que divide a India do Tibet, é reconhecida pelo Guinness book como tendo os vinhedos mais altos do planeta, a uma altitude pouco maior que 3.500 metros. Para provar estas iguarias, fomos até o Nepal, a terra do Lord Buddha, onde nos deparamos com um choque cultural (principalmente porque voamos desde Dubai) e vimos de perto o culto ao Budismo e Hinduísmo. Nosso passeio começou pelo vale de Kathmandu, a capital política, comercial e cultural do País. A história conta que o vale era coberto por água, até que Bodhisattva Manjushri cravou sua espada em uma flor de lotus que estava no meio do lago, assim o lago drenou e o vale de Kathmandu emergiu sob as águas. O local onde esta flor ficou, surgiu a Swayambhunath Stupa, uma espécie de templo budista, que fica no alto de uma montanha e que pode ser visto por quase toda cidade de Kathmandu. O local é habitado por macacos, muitos... Também visitamos a maior Stupa de Nepal, Boudhanath, considerada uma das maiores do mundo. Possui mais de 50 monastérios ao seu redor e é parte da UNESCO world heritage desde 1979. As pessoas descem das montanhas do Himalaya, Tibet e até do Butão para caminharem em círculos, recitando mantras em volta do monumento. A Stupa é tão grande que pode ser vista facilmente de cima. Um dos pontos principais de Kathmandu é a Durbar square, onde os Reis eram coroados. Esta parte foi severamente afetada pelo terremoto de 2015, onde mais de 9 mil pessoas morreram no Nepal. Nepal espanta pela quantidade de comércio e mercados que encontramos pelas ruas, se vende e se encontra de tudo. Uma das paradas mais impressionantes da viagem foi sem dúvida Pashupatinath, onde acompanhamos de perto as cerimônias de cremação. Em menos de 30 minutos vimos em torno de 10 corpos sendo preparados e queimados, em um ritual que segue durante todo o dia. O fogo leva em torno de 3 horas para consumir os corpos, que em seguida são atirados ao rio em forma de cinzas. Continuando o passeio, no dia seguinte fomos a Patan square, onde existem mais de 1000 monumentos, esculturas em pedra e madeira que enchem os olhos de qualquer amante de artes. Nas ruas em torno da Square, se pode encontrar muita arte fina, estátuas que são pintadas em ouro, trabalho em madeira e a arte dos Singing bowls ou Healing bowls, que são objetos de metal, trabalhados manualmente que emitem sons e vibrações, que a tradição local diz penetrar na alma e ter poderes curativos. Participamos da experiência e é algo impressionante, o relaxamento que as ondas produzem ao corpo. Veja o que elas fazem na água Quanto às estatuetas, uma pequena não custa menos que $250, porém são peças feitas a mão, pintadas em ouro e algumas possuem o rosto pintado por artistas master. Se encontrar uma estátua com a cara tapada desta forma, é apenas para proteger a arte, e consequentemente sinônimo de qualidade Seguimos a trip para Bhaktapur, conhecida como a cidade da cultura, uma cidade medieval que fica a apenas 14km de Kathmandu. E quanto aos vinhos? Saímos um pouco da muvuca da cidade e fomos dormir duas noites no Patabelan Vineyard resort, o primeiro local no Nepal, que em, 2007, passou a produzir uvas destinadas aos vinhos. Apesar do Nepal produzir vinhos de frutas e outros produtos como açafrão, ervas e açúcar, e inclusive de uvas importadas, a algumas décadas, Pataleban foi o primeiro a produzir suas próprias uvas. As vinhas foram em sua maioria importadas do Japão, Suíça e Alemanha, para começarem a escrever a história dos vinhos Nepalêses. O Resort serve apenas dois tipos de vinhos, o branco, que leva 40% Chardonnay, 40% Gewurtraminer e 20% Heida, e um tinto chamado Red Kaule, feito com 40% Merlot, 30% Cabernet Sauvignon e 30% Yama Sauvignon. Em um passeio de 4x4 com vista ao Himalaia, é possível chegar nos vinhedos e provar os vinhos antes de serem engarrafados. É claro que ninguém viaja ao Nepal buscando por vinhos, mas com certeza é um plus nesta viagem e uma fuga a poluída e movimentada capital, Kathmandu. Salud!
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Andre & Karla
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