Descubra o vinho mais caro da argentina e um dia de SPA em águas termais. A 30 minutos de Maipú e pertinho dos Andes está Luján De Cujo. Mudamos de Hotel para ficar mais próximo das vinícolas, pois assim como outros países, Argentina tem tolerância quase Zero para álcool x direção. Primeira parada foi no místico, carismático, quase o Maradona dos vinhos, Sr. Carmelo Patti. Carmelo Patti é uma vinícola garagem que está a quase 30 anos em atividade, sempre nas mãos talentosas de seu dono. Sendo um vinho de autor (quando o Enólogo compra as uvas de algum produtor), os vinhos de Carmelo sempre atingem pontuação altíssima entre as badaladas classificações, como a revista Descorchados. Chagando na frente da vinícola não encontramos nenhuma placa, faixa, nada… apenas uma casa com um portão aberto. Entramos e na hora um senhor sai para nos atender, o próprio Carmelo Patti. Com um carisma e vontade de ensinar, que acaba com alguns Enólogos esnobes, Carmelo nos da um tour pela vinícola, nos conta cada detalhe e nos convida para uma degustação. Provamos Malbec, Cabernet Sauvignon de diferentes anos e um Blend fantástico. Ele é conhecido por sua hospitalidade e pelo cuidado com seus vinhos, colocando-os no mercado apenas quando estiverem prontos para beber. O que significa pronto para beber? Alguns vinhos precisam de tempo de garrafa para estarem com os taninos menos agressivos e para homogeneizarem todos os componentes, tornando-se vinhos equilibrados. Muitas vezes você compra um vinho 2018 e as bodegas falam, é um vinho que ficará bom em 10 anos. Mas quem vai guardar um vinho por 10 anos? Carmelo guarda para você e só vai vender-los quando estiverem “prontos”. Em nossa visita compramos o aclamado Cabernet Sauvignon, hoje ele vende apenas os 2006, 2007 e 2008, vinhos guardados por ele por 10 anos ou mais. Carmelo engarrafa toda a produção em um mesmo dia, investe bastante nas rolhas portuguesas que ele considera uma das partes mais importantes de todo o processo. Os vinhos ficam nessas caixas por alguns belos anos, se você quiser comprá-los antes, vai receber um não! Seus vinhos são envelhecidos por um ano, 40% em barricas de carvalho de 1 a 8 usos e 60% em tanques de cimento. Com tanto cuidado com o produto, não é por acaso que seus vinhos estão em todas as lojas de Mendoza. Levamos nossa garrafa autografada para casa, um orgulho. No outro dia visitamos 3 vinícolas, Matervini, Pulenta Estate e talvez a mais premiada da região Vina Cobos. Uma das vinícolas mais famosas da região se chama Achaval Ferrer. O que poucos sabem é que Achaval foi vendida em 2013 para um grupo de Russos e teve todo o seu time modificado, então temos um vinho antes e um vinho depois de 2013. Para felicidade de todos, o antigo dono de Achaval Ferrer, Santiago Achaval, abriu sua vinícola logo ao lado, se Chama Matervini! Em Matervini encontramos uma vinícola com produção limitada, vinhos raros onde você pode fazer a degustação procurada por muitos, 100% Malbec de diferentes regiões! Imagine provar vinhos 100% Malbec, de diferentes partes de Mendoza com um nome como Santiago Achaval por de trás de tudo. Matervini fica a alguns metros antes da entrada de Achaval Ferrer, vale muito a parada! Degustações apenas com hora marcada. De lá fomos a Pulenta Estate. Uma vinícola onde os donos foram os representantes oficiais da Ferrari na Argentina e hoje são os representantes da Porsche. Entre barricas de carvalho você pode encontrar motores de Ferrari, Porsche e de um carro de F1. Em uma vinícola moderna, você pode encontrar raros vinhos, alguns deles fermentados em madeira! Um barril destes sai bem caro, somado ao trabalho de pequenos lotes vinificados em madeira, produzem um vinho exclusivo e complexo… se quiser provar, só levando uma garrafa para casa, não está incluído nas degustações devido a produção limitada. Vinhos excelentes e o destaque, Cabernet Franc! Pulenta Estate é conhecida por produzir provavelmente o melhor Cabernet Franc de Mendoza. Taninos presentes mas não agressivos, toque de frutas e característica marcante de pimenta, pimentões grelhados, e especiarias. É um vinho tão marcante que podemos reconhecê-lo facilmente, de olhos fechados, apenas pelos aromas. Vida de degustador não é tão fácil quanto parece, cuspindo mais do que tomando, pois estavamos dirigindo, fomos a uma vinícola que tem o vinho mais caro da Argentina, Viña Cobos. Cobos marca pela degustação! O foco da visita está nos vinhos e debater sobre suas diferenças e não em tours de 1 hora, repetindo tudo que você já ouviu em vinícolas anteriores. Depois de 2 vinícolas visitadas, fomos direto a Cobos e não paramos para comer… Saindo do carro, aquele cheiro de churrasco, olhamos para o lado e era uma confraternização dos empregados… nossa, a fome estava grande, fomos apresentados na vinícola e o sommelier nos perguntou, querem comer algo? Gentilmente ele nos trouxe pão, linguiça, carnes, etc… Quase pedimos uma rede depois, mas enfim, vamos aos vinhos. Cobos possui uma linha de vinhos jovens da série “Felino”, para serem tomados dia a dia, bem refrescantes, sem muita complexidade, excelentes para o verão. Porém sua fama começa por sua linha Bramare, onde vinhos de parcelas limitadas expressam as diferenças de cada terroir. Degustamos, degustamos, até que chegou ele, COBOS Chanares Vineyard, um dos vinhos mais caros da Argentina, algo como pouco mais de $300 dólares. Excelente vinho, que leva o nome de Paul Hobbs, colheita manual, sem ser filtrado e fica durante 17 meses em barricas de carvalho novas. Um produto que se destaca por sua complexidade e elegância. Muitos perguntam: Vale a pena? 300 doletas? Resposta direta: Se você é um profundo conhecedor de vinhos e possui dinheiro sobrando sim! E essa é a resposta que damos a vinhos que custam mais de $50 dólares… Trabalhamos em viários vinhedos pelo mundo, com muitos Enólogos e todos afirmam que vinhos mais caros que $50 dólares, geralmente é jogada de marketing e são para 3 públicos: Profissionais, colecionadores ou “Enochatos” que querem fazer média com amigos e tomarem um “rótulo”. Alguns vinhos possuem técnicas bem especificas de vinificação, de vinhedos pequenos e renomados, longos tempos de guarda, produção limitada de Enólogos famosos e outros fatores que podem justificar o preço; Outros são de safras excepcionais, com mais de 10 anos, muitos um pedaço de história e que também justificam o valor; E finalmente existem as marcas, assim como Lacoste e Louis Vuitton, existem marcas que elevam o nome dos vinhos e consequentemente seu valor. Um exemplo clássico… pessoas tirando foto com a famosa Champagne Veuve Clicquot, um ótimo produto, mas uma marca! A maioria que compra não saberia diferenciar uma Clicquot de qualquer outra Champagne de produtores menores e mais baratas. Nos próximos posts vamos fazer uma lista dos melhores vinhos que provamos na América do sul e seus respectivos valores. Teremos vinhos caros, contrastando com vinhos de pouco mais de $10 dólares, provando que valor de vinho não necessariamente reflete em produtos melhores, então fiquem ligados! Mas enfim, nada melhor que visitar a bodega e poder provar estes exemplares sem precisar comprar as garrafas. Cobos vale a pena pela atenção dada aos turistas e pela oportunidade de provar vinhos deste patamar. No dia seguinte fomos provar os potentes vinhos da Bodega Altavista, incluindo o famoso Altavista Temis, 100% Malbec, Single Vineyard, que já ficou entre os 3 melhores vinhos da Argentina. Com uma paisagem para “viajar”alguns minutos, Alta vista oferece vinhos grossos, potentes, que pedem um belo pedaço de carne para acompanhar. Quem gosta dos Malbecs mais potentes, não pode perder a visita. Até que chegam os donos da festa, Altavista Temis e Alto, os top de linha da vinícola. Estes dois já são vinhos mais redondos, que apesar dos vinhos Argentinos estarem ligados a carnes, podem ser apreciados sem acompanhamento. Temis, um Malbec de vinhedos únicos, com alto grau alcoólico, madeira bem integrada e que sempre recebe altas pontuações de revistas especializadas. Alto, um blend muito bem feito de Malbec e Cabernet Sauvignon, top de linha com 14 meses em barrica de carvalho Francês, maduro, muita potência e boa textura, vale a pena a prova! A degustação é feita em um antigo tanque, do ano de 1912, que guardava mais de 350 mil litros de vinho, pois antigamente as vinícolas eram reconhecidas por quantidade e não qualidade. A saideira de Luján foi nada mais, nada menos, que Catena Zapata, onde fomos recebidos com a degustação “El Arte del Malbec”. Esta visita conta com um tour pela Bodega, Degustação de barril, Degustação orientada de Adrianna Vineyard Malbec, Nicasia Vineyard Malbec, Malbec Argentino e Nicolas Catena Zapata, inclui queijos e embutidos regionais. Tivemos a oportunidade de provar varios vinhos direto do barril, sendo um deles o Estiba Reservada, o vinho mais caro de Catena Zapata e o mais caro da Argentina, $450 dólares. Um vinho envelhecido 24 meses em barril de carvalho T5 ( o melhor), 48 meses em garrafa e 100% Cabernet Sauvignon. A experiencia de Malbec é bem interessante, e começa com dois DV Catena, dos vinhedos Adrianna e Nicasia. Em poucas palavras Nicasia mais frutado, fresco e Adrianna mais mineral e complexo. Muitos procuram apenas por DV Catena Malbec, sem saber que existem diferentes rótulos, de diferentes vinhedos. Com o tempo degustando vinhos, você começa a entender as diferenças e comprando o vinho adequado ao seu paladar. Para quem fica na dúvida de qual deles é melhor, criaram um blend dos dois vinhos, o Catena Zapata Malbec Argentino, que na foto aparece ao lado de um dos ícones da vinícola, Nicolas Catena Zapata. Nicolas Catena Zapata é realmente um vinho de respeito, Blend de Cab e Malbec, com 80% de predominância de Cabernet Sauvignon , bem picante, com toques de pimentão, taninos redondos e bem equilibrado. Visitar Catena é a oportunidade de provar um dos melhores vinhos da vinícola mais famosa da Argentina. Você pode provar uvas, degustar vinhos na barrica e comparar com os que já possuem tempo em garrafa e ainda tomar os vinhos em uma sala especial com salames, queijo e azeite de oliva local, uau! A visita neste pioneiro Argentino não precisa de muitos comentários, visitar Mendoza e não ir a Zapata é como ir a Paris e nao ir a Torre Eiffel. Provar Malbecs de diferentes regiões, entendendo a expressão de clima e solo, ou seja, de diferentes Terroir e ainda no maior nome da Argentina realmente é algo especial. Depois de tanta vinícola, tiramos o dia para visitarmos Termas de Cacheuta, que fica a uns 20 minutos de Luján. Por $65 dólares, o transfer busca você no Hotel, para um dia inteiro no Spa de Águas termais, das 9:30 am as 6:00 pm, incluindo almoço estilo buffet de comida criolla. O Hotel ainda conta com uma cervejaria artesanal, oferece vinhos, massagens e tratamentos estéticos. Vale muito a pena!
Estas foram as nossas opções de visitas, outros nomes como Cheval des Andes, famoso por ser dono da Cheval Blanc de Bordeaux, também podem fazer parte de seu passeio. E assim terão inumeras outras opções de roteiro, mas Mendoza é assim mesmo, por mais que visite muitos produtores, sempre vai ficar alguma vinícola excelente para trás, então faça suas escolhas e aproveite o passeio. Finalizando Luján, rumamos ao Vale de Uco e no caminho paramos para almoçar no “Ojo de vino”, onde contaremos sobre as experiências gastronômicas do vale no próximo post!
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Andre & Karla
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