Saindo de Bordeaux fomos para Roquefort-sur-Soulzon, um paraíso no meio das montanhas! No caminho, encontramos uma feira local... Queijos, salames, patês, pães, frutas e uma fila de gente na frente de uma barraca. Paramos para conferir e descobrimos o porquê da fila, o melhor purê de batatas que já comemos, feito com ingredientes que jamais passaram pelo supermercado, batatas, alho e leite local = Delícia! Belas vistas contornam o lugar de origem dos famosos queijos Roquefort. Visitamos as caves da fábrica Roquefort Société, que tem suas cavernas recheadas de “ruas”que levam ar puro para dentro das caves, proporcionando temperatura e umidade perfeitas para a produção do queijo. Feitos com leite cru de ovelha e com o fungo Penicillium roqueforti, que é encontrado no solo das cavernas de Roquefort. Originalmente pães eram colocados dentro das caves por meses, para serem atacados pelo fungo, que então seria utilizado nos queijos. O autêntico Roquefort, deve ser maturado dentro das cavernas de Combalou, somente os queijos produzidos aqui podem levar o nome Roquefort em sua embalagem. Como não é feito com leite pasteurizado, muitos países não aceitam importar o produto e é por isso que provar o verdadeiro Roquefort , fora da França, pode ser tarefa difícil Após a degustação, fomos para Chateauneuf-du-Pape! A cidade que era frequentada por Papas, enquanto estes viviam em Avignon, hoje guarda apenas ruínas do Castelo do papa John XXII. A ruína, que dá um charme a Chateauneuf, pode ser vista de vários pontos da cidade. Mas vamos ao que interessa, os vinhos... Chateauneuf, assim como Bordeaux, traz um Blend em seus vinhos. Uma mistura que pode ser de até 13 variedades de uvas, sendo que a Granache, leva quase sempre mais de 50% do Blend. Por não ter classificações e ter apenas a apelação AOC da região, a melhor forma de saber a qualidade do vinho é conhecendo o produtor, no meio de muitos! É uma tradição que os vinhos da região tragam na garrafa um escudo, criado em 1937, para garantir a autenticidade dos vinhos. Visitamos as Caves Sant Charles, uma casa que vende uma seleção de produtores locais e que pode ser um bom começo para degustar e conhecer estes vinhos com base de Granache. O solo de Chateauneuf é forrado por pedras, que refletem o Sol e mantém o calor, aliado ao elevado grau de açúcar das uvas Granache, produz um vinho de alto teor alcoólico, entre 13 e 16%. Chateaux La Nerthe é outro belo local a ser visitado, com bons vinhos e interior Medieval! Destaque para o raro tanque de pedra. Também visitamos o museu do vinho Brotte, onde podemos entender melhor o solo da região. Não cobram entrada e oferecem degustação ao final. Devido aos inúmeros produtores, acreditamos que a melhor forma de conhecer um pouco destes vinhos, realmente é escolher alguma loja no pequeno centro de Chateuneuf, pois a maioria oferece degustação gratuita.
Um pouco da fama de Chateauneuf vem de ser o primeiro AOC da região de Rhône, além é claro, de ser o local escolhido por Papas “degustarem” seus vinhos. Em resumo, apesar do belo Terroir, comprar um vinho de Chateaunef sem conhecer o produtor pode ser arriscado, devido as inúmeras decisões que os Winemakers pode tomar e da quantidade de produtores. Por isso, é muito difícil uma pessoa dizer se gosta ou não de um vinho de Chateaunef, pois podemos encontrar Blends completamente diferentes, que agradem a qualquer paladar. Indo em direção ao Norte, nossa próxima parada será nas margens do rio Rhône, onde vamos buscar o final picante das uvas Syrah.
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Andre & Karla
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