Yamanashi é a região responsável por 40% da produção total de vinhos no Japão. Saindo de Tokyo, fomos em direção ao Mont Fuji. Decidimos nos hospedar em Kawaguchico, região de um belo lago com vista ao Fuji. Em kawaguchico, a comida tradicional pode ser encontrada no restaurante “Fuji Tempura Idaten”. Estamos falando de deliciosos Tempura, é claro... E de um prato de macarrão local, feito com a pura agua do Mont Fuji, é o Yoshida no Udon. Uma massa firme e grossa, mergulhada em um caldo chamado Miso. Miso é feito apartir do famoso Dashi, que consiste em uma sopa feita com flocos de bonito, uma alga chamada Kombu e Shitake mushrooms desidratados. Feito o Dashi, que é considerada a Golden soup, é então misturada a pasta Miso, que é feita a partir de soja fermentada e Koji (um fungo que cresce no arroz). Bom, o final é isso aqui: Cada restaurante possui a sua receita original de “Suridane”, uma mistura de pimentas, que você acrescenta se quiser. E lá fomos nós explorar Fuji e buscar por uma boa foto. Fuji é um vulcão que era usado pelos Samurais para treinamento, devido aos seu isolamento. A subida pode demorar entre três a sete horas. O percurso está dividido em dez estações, existindo paradas pavimentadas até a quinta, que se situa aproximadamente nos 2300 m de altitude. O ponto mais interessante de Fuji, com certeza, é a primeira estação, chamada Fuji Sengen-Jinja Shrine, onde começa a rota para se escalar a montanha. Muitos Turistas param na quinta estação (na metade da montanha) para fotos e para começar a escalada por lá, porém a primeira é linda e possui templos de mais de 1300 anos. A foto mais famosa de Fuji pode ser tomada em Chureito Pagoda: Fuji merece uns 3 dias para ser bem explorado, provar as guloseimas locais e buscar a melhor foto. De saída, na frente da estação de Kawaguchico, você encontra inúmeros sabores exóticos de KitKat, como este de Wasabi. Na cola de países como Itália e França, Japão está trabalhando para se tornar conhecido por seus vinhos. Japão possui inúmeras escolas de vinho, excelentes profissionais, como Shinya Tasaki, considerada a melhor sommelier do mundo em 1995 e agora, possuem boa reputação nos vinhos locais. Logo atrás do Mont Fuji, está a região de Yamanashi, com destaque para a área de Katsunuma. Este é o visual do vale: A região de Yamanashi, é conhecida por ser a primeira área a estabelecer uma vinícola comercial, em 1875. Visitamos o Chateau Mercian, que também opera uma unidade da famosa cerveja Kirin. Mercian possui alguns vinhos premiados internacionalmente e anualmente são convidados a participar de competições. O destaque está no blend estilo Bordeaux, com Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc. Na vinícola Grace Wine, você encontra uma máquina Italiana com 8 vinhos para provar. Em Budo No Oka, você paga apenas US$9.75 e ganha um testevin, aquele pequeno copo prata usado por Sommeliers, e tem direito a provar algo como 200 tipos de vinhos, saindo assim, com uma boa base sobre os vinhos do Japão. Mas a experiência mais legal foi na vinícola L’Orient. Fomos recebidos pelo dono, para uma aula sobre vinhos Japoneses. Caminhamos pelos vinhedos, que usam sistema de condução no estilo Latado, e provamos as duas uvas mais famosas do Japão: Koshu (branca) e Muscat Bailey A (tinta). Koshu, a mais popular, é uma vítis vinífera, que tolera humidade e que foi trazida ao Japão a mais de 1000 anos atrás, de origem desconhecida. Após provar as uvas, chegou a hora de conferirmos o produto final, os vinhos! Foi uma excelente degustação, com o destaque para o principal vinho da casa, feito com a tradicional Koshu, que não passa por carvalho. Koshu é um vinho com bouquet frutado, com longo final de cítricos, tons verdes que chegam a lembrar um Sauvignon Blanc e até mesmo notas encontradas no Gin. Possui boa acidez e cai perfeitamente com a comida local. Koshu e sushi são a combinação ideal! O outro vinho que provamos, foi a Koshu fermentada em barril de carvalho por 6 meses. Resultando em um vinho espetacular, quase uma combinação de Sauvignon Blanc e um bom Chardonnay envelhecido em barrica. Note que as garrafas de Koshu, com uvas provenientes exclusivamente da região de Katsunuma, possuem um símbolo logo acima dos rótulos, similar ao que acontece em Chateaunef Du Pape. Seguimos com a tinta Muscat Bailey A... Assim que o vinho é servido, o ambiente é perfumado por um cheiro de geléia de morango, extremamente intenso, que exige que esta uva passe por um período em carvalho para equilibrar e acalmar seus componentes. Provamos os dois tipos de vinho, sem carvalho, onde podemos sentir as características da uva e seu terroir, e um outro vinho mais elaborado, que passou por 18 meses em barrica francesa. Sem carvalho é um vinho muito suave, baixo em acidez e taninos, difícil de harmonizar com comidas. Já o envelhecido em carvalho, é conhecido por cair muito bem com sashimi de atum. De saideira ainda levamos um famoso quadrinho Japonês, que fala somente de vinhos, inclusive sobre o Katsunuma Koshu da L’Orient. Fuji e Katsunuma foram uma baita experiência, ótima surpresa e um contraste com a movimentada Tokyo.
Arigato!
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Andre & Karla
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