Continuando nossa trip por Toscana vamos falar de vinhos, Lasagna e Bisteca, uau! Saímos de Montalcino com destino a Chianti, uma área conhecida por... Vinhos, é claro! Os Chiantis tradicionais eram guardados em garrafas estilo gota, envoltos por uma cesta chamada “fiasco”. Hoje já são engarrafados nas embalagens padrão e apenas alguns produtores ainda mantém a tradição. Um Chianti, ao contrário dos Brunellos, é um Blend, com predominância da uva Sangiovese. Antigamente os Chiantis poderiam ser misturados a uvas brancas, hoje para receber a classificação Chianti Clássico, somente uvas tintas são permitidas. É importante falarmos sobre a região para entendermos melhor sobre os Chianti. Em 1716 apenas 3 regiões eram consideradas produtoras de Chianti, eram elas Gaiole, Castellina e Radda. Hoje quase toda Tuscana pode levar o nome de Chianti no Rótulo, por isso Chianti tem 8 sub-regiões, sendo a mais famosa Chianti Clássico. Apenas quem tem o nome de “Chianti Clássico” pode ter o famoso galo negro na cápsula que lacra o vinho. Este símbolo mostra que a vinícola faz parte do Chianti clássico Consortium, uma associação local de produtores. O galo negro vem de uma lenda onde uma corrida de cavaleiros demarcaria o território entre Siena e Florência, sendo que ambos cavaleiros sairiam de suas cidades e ao se encontrarem ser demarcada a fronteira. O detalhe é que um galo acordaria os concorrentes, Siena escolheu um galo Branco e gordo e Florência um galo negro com fome. O Negro acordou o cavaleiro de Florência primeiro e este saiu cavalgando, quando encontrou o cavaleiro de Siena já estava 20km na frente e a fronteira foi demarcada. Nós ficamos hospedados na região central de Chianti clássico, chamada Greve in Chianti. De lá fica fácil visitar todas as outras regiões, marcar horário nas vinicolas e visitar vários wine bars. Nossa dica para quem vai visitar Toscana é fazer base em Chianti Clássico, ou seja, basicamente as áreas que possuem “in Chianti” no nome, e de lá sair explorando. Entre feirinhas e estátuas do galo negro encontra-se polenta frita e um famoso prato feito com um porco inteiro recheado. Antes de falarmos de nossas visitas entendam um pouco sobre a classificação de Chianti. Chianti x Chianti Clássico x Chianti Riserva Note que apenas a palavra Chianti no rótulo, é a classificação mais baixa da região, este vinho leva por lei 75% de Sangiovese e pode ser misturado com variedades brancas! Para levar no rótulo a palavra Chianti Clássico, o vinho deve ser produzido com o mínimo de 80% Sangiovese e 20% outras uvas como Canaiolo e Colorino, ou até Cabernet Sauvignon e Merlot, além de ser produzido em uma área delimitada. Em termos de Maturação, um Chianti Clássico deve ficar o mínimo de 12 meses em barril de carvalho e ter graduação alcoólica de 12% para cima. Para ser um Chianti Riserva, é necessário mínimo 24 meses de maturação, sendo 3 meses em garrafa. O teor alcoólico mínimo para esta categoria é de 12.5% Ainda existem os Grand Selezione, com 2.5 anos de maturação, uma classificação mais nova e que guarda os melhores Chiantis. Provamos vários Chiantis em uma enoteca, mesmo sistema de cartão que mencionamos no post de Montalcino. Os Chiantis geralmente lembram frutas vermelhas, ervas amargas e aceto balsâmico. São vinhos geralmente de médio corpo, media a alta acidez e leves na cor com tons alaranjado queimado, lembrando vinhos envelhecidos. Destaque para os vinhos conhecidos como “Super Tuscans” são vinhos de excelente qualidade, geralmente mais caros e com uma particularidade, sao IGT, ou seja, a classificação mais inferior da região. Não recebem alta classificação por não se enquadrarem nas exigências de Blend, são feitos geralmente com Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Merlot. É comum chamarem de um Bordeaux Blend em Toscana. Destaques para o Haiku, Castelo di Ama e o Cabreo,Tenute Ambrogio e Giovanni Folonari. O haiku por exemplo, é feito com 50% Sangiovese, 25% Merlot e 25% Cabernet franc. Já o Cabreo, é feito com 70% Sangiovese e 30% Cabernet Sauvignon. No dia seguinte duas visitas, Baroni Ricasoli e Badia a Coltibuono. Baroni Ricasoli é considerada a primeira vinícola da Itália e seu fundador Baroni Ricasoli foi quem escreveu a fórmula original de Chianti, contendo a uva branca Malvasia, que foi banida da “fórmula” original de 1872. Fomos recebidos extremamente bem e degustamos todos os vinhos da casa, destaque para o Grand Selezione 2013. Já na Abadia de Coltibuono, entramos em um tour junto com turistas e provamos apenas dois vinhos, porém vale muito a pena para quem for visitar a região! Quem visita Toscana leva estas imagens de lembrança... Em uma conversa sobre a uva Sangiovese, recebemos a informação de que em San Marino, existe um vinho que não sai do país, que não é exportado nem para Itália, devido à pequena produção. Como somos Locoporvino, lá vamos nós, com destino a San Marino. Olhando no mapa vimos que seria fácil passar por Florência e Bologna, e assim foi... Visitamos a famosa Florência, uma cidade que nos impressionou pela quantidade de pessoas, parecia NY. O prato comum nas ruas é a pança, delicioso e muito parecido com a "dobradinha" brasileira. De sobremesa comemos um dos melhores sorvetes de pistachio que já provamos, e olha que de pistachio entendemos... Sempre pedimos pistachio com outro sabor. Desta vez encontramos um sorvete super concentrado, levemente salgado, contrastando com o doce. Único e maravilhoso! Seguem fotos da iguaria e do local Mas o melhor ainda estava por vir... A noite fomos degustar um prato local, Bisteca a Fiorentina. Paramos em um dos melhores restaurantes para este prato, aliás é o prato único do estabelecimento. Você paga 35 euros, é recebido com prosecco, um prato de entradas e uma bela peça de Bisteca. Ao final um biscoito local o "biscotti", servido com Vinsanto, o famoso vinho de sobremesa feito com uvas secas ao sol. Saímos de Florência e seguimos rumo a Bologna, somente para almoçar e provar a famosa Lasanha Bolonhesa, tortelinni e a mortadela de Bologna! Depois dessa aventura gastronômica seguimos direto para San Marino, um pequeno país que fica “enfiado” na Itália, que beleza! De tão alto, fica nas nuvens! Com paisagens estilo Harry Potter, degustamos os vinhos que não saem de lá! A base dos vinhos, assim como em Tuscana, é a Sangiovese. Da esquerda para a direita nesta foto, está a ordem de qualidade dos vinhos. O mais básico é realmente básico, consistência meio que espumosa, cor clara e forte sabor de nozes, vinho de mesa! O do meio já é bem interessante, 85% Sangiovese, não passa por barrica de carvalho mas possui bons taninos. Um vinho que provamos e aprovamos. O último já começa a entrar na arte de vinhos mais complexos, com 50% Sangiovese e 50% Cabernet Sanvignon, traz um excelente Blend arredondado por barrica de carvalho. Assim terminamos nossa trip pela bela Toscana, tomando vinho e nos sentindo nas nuvens. Próxima parada Piemonte, conhecer os famosos Barolos e de passagem visitar as fábricas de Aceto Balsamico e Parmegiano Regianno em Módena e Parma.
Então se quiser saber a diferença entre Parmigiano Reggiano e Grana Padano fique conosco! Salud!
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Andre & Karla
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