Saindo de Orlando, em direção ao Canadá, exploramos os vinhos de Missouri e suas famosas uvas Híbridas dos anos de 1860, Norton, Chambourcin, Chardonel, etc, etc, etc... Missouri é famoso por deixar de lado as variedades Vitis Vinífera e focar na produção das variedades Americanas-Francesas, Híbridas que resistem muito bem ao clima da região. Nesta trip visitamos duas AVA (American Viticultural Área) Hermann e Augusta, que é a primeira AVA dos EUA. Começamos nossos estudos e degustações na cidade de Hermann, às margens do rio Missouri, foi colonizada por alemães e traz um pedaço da Europa no meio dos EUA. Depois de uma longa viagem desde Orlando, paramos para almoçar na vinícola mais famosa da cidade, Stone Hill, onde tivemos os primeiros contatos com as uvas Híbridas mais famosas dos EUA. E começamos pelo restaurante... Como estamos em uma cidade Alemã, a obrigação é provar o Schweineschnitzel, lombinho de porco empanado, servido com repolho roxo e salada de batatas. Fantástico! Stone Hill chegou a ser a terceira maior vinícola do mundo nos anos de 1900, porém em 1920, com a proibição da venda de bebidas alcoólicas nos EUA, os donos produziam mushrooms para manter o negócio funcionando. Chardonel, que surpresa! Começamos a degustação com um cruzamento que aconteceu em 1953 entre a clássica Vitis Vinífera Chardonnay, com a Híbrida Seyval. Com Maturação tardia, fermentação e envelhecimento em barrica francesa, Chardonel produz vinhos full bodied, de qualidade surpreendente. Chambourcin é uma variedade híbrida, criada em 1963, seu suco tem uma característica não muito comum de ser tinto, ao contrário do suco claro das Vitis vinífera. Produz um vinho de cor forte, aromático, mas apesar destas características é considerado o “Pinot Noir” das Híbridas. Finalmente, vindo da Vitis Aestivalis, temos o carro chefe de Região, a uva Norton, que se adaptou muito bem ao clima de Missouri. A uva foi introduzida pelo Dr. Daniel Norborne Norton, em Virginia, e vindo a público em 1830. Em 1873, na exposição mundial de Vienna, o vinho Norton de Hermann, ganhou o título de melhor vinho tinto de todas as nações. Muitos falam que se a proibição dos EUA não acontecesse, a uva Norton, teria o status que a Cabernet Sauvignon possui nos dias de hoje. Com tanta história, fomos obrigados a levar para o hotel um exemplar de Norton, 2005, feito com uvas provenientes de vinhas de 1860, e que produzem apenas um barril ao ano, realmente um pedaço de história. Foi o melhor vinho que provamos de Missouri, disparado. No outro dia partimos para o festival Berries and BBQ, onde as vinícolas locais de Hermann wine trail, oferecem pratos locais harmonizados com vinhos da região. Um trolley fica rodando pelas vinícolas, levando e trazendo os turistas para um dia inteiro de degustações. Em Adam Puchta, provamos Pork Wings com Hunter’s Red BarBQ Sauce servido com White Wine Cole Slaw, Harmonizado com o vinho Desire, um blend semi-seco de uvas brancas. Bias ofereceu Grilled Sausage e Fresh Vegetable Foil Packets, harmonizado com o vinho River Mist . Na Dierberg Star Lane, Grilled Corn on the Cob with Blackberry-Honey Glaze, acompanhado de Syrah ( Dierberg é uma vinícola em Hermann, porém oferece vinhos da Califórnia) Hermannhof nos brindou com Grilled Chicken com Strawberry Salsa, harmonizado com Vin Gris. OakGlenn, BarBQ Pork Loin, acompanhado do famoso Norton. E ainda com vista ao rio Missouri... Röbller montou uma feijoada estilo americana chamada Triple B’s – BarBQ Beans with Burnt Ends (Pork) & Blueberries, acompanhado de Villa Rouge Finalizando a trip na Stone Hill, onde foi servido Shredded Chicken Breast with Peach & Jalapeno BarBQ Sauce served on a Hawaiian Slider, acompanhado de with Peach Wine. O vinho de frutas feito com pêssego foi o toque final da trip! No centro da cidade existe um restaurante imperdível... Uma fabrica de salsichas! Inúmeras variedades servidas com típicos acompanhamentos alemães. Hermann antes e depois de 150 anos... Saindo de Hermann fomos a cidade de Augusta, famosa por ser a primeira região produtora de vinhos reconhecida pelos EUA. Visitamos as vinícolas Balducci, Noboleis, Augusta Winery onde provamos muitos Norton e Chambourcin. O destaque ficou para os blends brancos secos da vinícola Noboleis. Inclusion e Noboleis Blanc. E foi na vinícola Blumenhof é uma das poucas que conseguiram cultivar Cabernet Sauvignon (que em Missouri gera um estilo bem mais light que o esperado) e um belo Cabernet Franc! Ainda provamos um Crimson Cabernet, cruzamento de Cabernet Sauvignon com Norton, uva nova, de 2007. O povo de Missouri, muitos decendentes de alemães, apreciam os vinhos mais doces e por isso a produção dos sweet wines é grande.
Mas qual foi a impressão dos vinhos de Missouri? Os tintos secos precisam de um bom winemaker, de tempo em garrafa e mesmo assim muitos são chamados de vinhos de mesa. Os brancos secos fazem frente a qualquer Vitis vinífera! Encontramos muitos Chardonel cremosos, Traminette aromáticos lembrando Gewürztraminer e ácidos Vidal Blanc que lembravam Pinot Gris. Além é claro de Vignoles, um cruzamento de Seibel e Pinot de Coton (um clone de Pinot Noir) que produzem vinhos frutados e ótimos Icewine. Se você gosta de algo mais docinho, Missouri é um prato cheio e de alta qualidade. Os vinhos doces, desde off-dry até os fortificados estilo porto e cream Sherry, atraem mais de 80% dos consumidores. Além da comida alemã, cervejas e vinhos para todos os gostos, Missouri tem algo a mais em sua história… Entre 1850 e 1875, um inseto chamado phylloxera destruiu mais de 40% dos vinhedos franceses. Em 1870 Charles Riley, entomologista de Missouri descobriu a causa e foi então que em 1872, George Husmann, da cidade de Hermann, enviou mais de 400.000 cortes de videira para Montpellier, na França. Apesar da resistência dos franceses em usar raizes americanas, o projeto foi pra frente e foi chamado de “la défense began”. A partir daí a França aprendeu com Missouri como cultivar raízes Phylloxera-resistentes. Com toda esta cultura e uvas exóticas, Missouri merece a visita. Cheers!
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Andre & Karla
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