Aposta mais audaciosa da Miolo ganha reconhecimento do INPI com os primeiros vinhos e espumantes Terranova, recebendo o Selo IP Vale do São Francisco, que devem chegar ao mercado em 2023. Fomos convidados pela agência Criatur turismo para conhecer de perto a única região do mundo capaz de ter até 3 colheitas (duas safras e meia) ao ano, sendo referência na uva Syrah e espumantes, onde os viticultores e enólogos conseguem replicar, através do manejo de poda e irrigação, as quatro estações do ano. Fizemos um roteiro de 4 dias, começando por um city tour em Petrolina e Juazeiro, onde o principal atrativo é o Rio São Francisco, onde dele podemos extrair muito do contexto histórico, cultural, político, turístico e econômico das duas cidades. Destaque para a loja cultural “casa das arretadas”, um espaço colaborativo que visa conectar principalmente as mulheres empreendedoras da região. A gastronômia rica da região passa pela famosa carne de sol e o queijo de coalho, culminando em um lugar chamado Bodródomo, onde o prato principal é o carneiro, o melhor de todos os tempos com certeza! Outra iguaria é o peixe Surubim, na moqueca, em iscas ou mesmo grelhado. E não poderíamos deixar de mencionar as mangas da região, as uvas e as mangas são consideradas as forças do São Francisco. Logo embarcamos no roteiro das águas aos vinhos, um passeio de catamarã com degustação de espumantes, música ao vivo, parada para banho de rio, visita guiada na adega e campo com prova de uvas e almoço regional na vinícola Rio Sol. O São Francisco tem muito a oferecer e cabe a nós aproveitarmos, sendo assim embarcamos em outro tour fantástico, o roteiro turístico denominado vapor do vinho, uma parceria entre a vinícola Terranova (Miolo wine group) e barca vapor do São Francisco, que recebeu este nome em alusão aos antigos vapores que contribuíram para o desenvolvimento do Nordeste brasileiro e em especial o vale do São Francisco. O tour começa na cidade de Petrolina/PE e conta com parada para banho, almoço regional e muito espumante. Outra parada interessante foi na Vinho Bianchetti, eles produzem vinhos orgânicos certificados, além de caldo de cana pasteurizado em garrafas onde a maioria da produção é exportada direto para a Alemanha. Ineldo Tedesco, enólogo, descendente de imigrantes Italianos, testou em 1984 as uvas do vale do São Francisco, se tornando um dos pioneiros da região e em 1985 lançou no mercado o primeiro vinho do vale do São Francisco. Em 2008, foi a vez de produzirem os primeiros vinhos e espumantes orgânicos do Nordeste, sendo a vinícola Bianchetti uma peça importante no desenvolvimento da região. Os vinhos tropicais do Vale do São Francisco são, na sua maioria, jovens, frescos, aromáticos, frutados e florais, e estão disponíveis ao consumidor em qualquer época do ano. Mas também são elaborados vinhos de guarda e vinhos nobres, com colheitas de uvas em períodos específicos do ano. Em função do clima quente ao longo do ano, a produção se mantém de janeiro a dezembro, com duas podas e duas safras anuais, com possibilidades de colheitas escalonadas ao longo do ano nas diferentes parcelas de vinhedos. Os tipos de produtos autorizados na IP são os vinhos tranquilos brancos, tintos e rosés e vinhos espumantes brancos e rosés (bruts, demi-secs e moscatéis), elaborados com 100 % de uvas produzidas na área geográfica delimitada. Foram autorizadas, para fins de elaboração dos vinhos, 23 cultivares de uvas Vitis vinifera L., indicadas pelos próprios produtores, pela adaptação e desempenho na região. Brancas: Arinto, Chardonnay, Chenin Blanc, Fernão Pires, Moscato Canelli, Moscato Itália, Sauvignon Blanc, Verdejo e Viognier. Tintas: Alicante Bouschet, Aragonês, Barbera, Cabernet Sauvignon, Egiodola, Grenache, Malbec, Merlot, Petit Verdot, Ruby Cabernet, Syrah, Tannat, Tempranillo e Touriga Nacional. Nossa próxima parada foi na Miolo Wine Group, uma das marcas mais emblemáticas do vinho brasileiro. Referência mundial, ajudou a abrir as portas do país para o mercado externo, sendo case internacional com o maior e mais diverso portfólio de vinhos finos do Brasil. Pioneira na produção em diferentes terroirs do país, não apenas acreditou como também apostou no cultivo de uvas e na elaboração de vinhos, espumantes, suco de uva e destilados no sertão brasileiro. Instalada no município de Casa Nova (BA) desde 2001, a Vinícola Terranova - marca que a Família Miolo plantou no Vale do São Francisco -, brotou e hoje é sinônimo de vida, fruto da perfeita união entre a tradição Miolo e a tropicalidade do semiárido. Depois de brindar a Denominação de Origem Vale dos Vinhedos (DOVV) em 2012 e a Indicação de Procedência (IP) Campanha Gaúcha em 2020, o grupo celebra a conquista da Indicação de Procedência (IP) Vale do São Francisco. Agora, todas as regiões onde a Miolo produz são reconhecidas como Indicações Geográficas (IGs).
“O sonho da IP nasceu com a gente no Vale dos Vinhedos e se espalhou pela Campanha Gaúcha e pelo Vale do São Francisco. O caminho foi longo, mas o resultado é uma grande conquista para a vitivinicultura brasileira. Ao investir em terroirs tão diferentes, nunca tivemos dúvida de que cada um deles tem sua própria identidade, formando essa diversidade única que somente o Brasil oferece. Estamos muito felizes e certos de que esta IP vai garantir maior inserção dos produtos no mercado. O Selo é a segurança de que o consumidor irá encontrar o perfil qualitativo daquele terroir”, destaca Adriano Miolo, diretor superintendente da Miolo Wine Group. Adriano ressalta, ainda, que o reconhecimento da aposta da vinícola feita há anos em uma região ainda a ser desbravada pela vitivinicultura e 100% única no mundo, além de agregar valor aos produtos, dá segurança ao consumidor que pode escolher rótulos certificados. A conquista valoriza as propriedades e cria uma unidade de estilo que reconhece a identidade do local. Em relação ao enoturismo e à venda dos produtos com o Selo, a expectativa é positiva, a exemplo do que vem ocorrendo com o Vale dos Vinhedos e a Campanha Gaúcha, diante do aumento da visibilidade. Para entender a vitivinicultura do semiárido nordestino, a Miolo participou de um projeto de pesquisa de 5 anos que reuniu mais de 40 profissionais. O trabalho foi liderado pelo pesquisador Giuliano Elias Pereira, da Embrapa Uva e Vinho. A parceria realizada entre instituições de pesquisa, ensino e setor produtivo foi fundamental para aprimorar a qualidade produtiva da região e descobrir quais as variedades que mais se adaptam ao local. Particularidades ambientais, disponibilidade de infraestrutura de irrigação, investimento em desenvolvimento científico e tecnológico apropriado às condições locais, mapeamento das oportunidades de mercado e empreendedorismo da iniciativa privada permitiram a obtenção da IP pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O grande diferencial da IP Vale do São Francisco é a localização geográfica – em zona tropical -, além de atender requisitos equivalentes aos da União Europeia em relação a área delimitada, produção de uva no local, tipos de vinhos, variedades de uvas autorizadas, produtividade controlada, padrões enológicos definidos, elaboração na região, qualidade analítica e sensorial, e o controle para atestar a conformidade dos vinhos. A IP protege vinhos originais de uma região com uma geografia particular. A paisagem vitícola é emblemática, com vinhedos irrigados pelas águas do São Francisco, com a caatinga e suas cactáceas no entorno e morros com formações geológicas que se destacam na planície. Alimentados pelo Velho Chico, os vinhedos da Terranova, que ganharam raízes a partir de 2001, colorem e perfumam o ambiente que já foi sertão, transformando a paisagem do lugar. O primeiro vinho elaborado na região foi o Terranova Shiraz. A partir daí, a produção de espumantes foi intensificada, sobretudo com o Terranova Moscatel, espumante mais vendido da marca. De lá para cá, a empresa alcançou 200 hectares plantados e uma indústria com uma produção de 4,5 milhões de litros por ano. É lá que nasce o Testardi Syrah, o ícone do grupo no Nordeste, um dos Sete Lendários, que traz a máxima expressão da variedade em terras brasileiras. Os vinhos que nascem desses vinhedos expressam um mundo particular e ao mesmo tempo tão diverso que é o nordeste brasileiro. Desta unidade, são elaborados todos os rótulos Terranova, além de alguns das marcas Miolo e Almadén. *Cretidos agência ConceitoCom Brasil
0 Comments
Leave a Reply. |
Andre & Karla
|