Saindo de Tampa, Flórida, fomos de cruzeiro até Havana, Cuba, o destino da moda para os Americanos. Cuba, famosa por seu Rum e Charutos, trás um verdadeiro choque cultural para quem vem dos EUA. Um país que parece parado no tempo, com arquitetura antiga e descuidada, carros dos anos 50 e um povo reprimido, com um salário médio de $25 dolares mensais. Apesar de um cenário quase que de guerra, logo as cores de Cuba, seus carros, um povo acolhedor e a cultura local, se sobressaem… Então lá fomos nós fumar charuto, tomar Rum, conhecer pessoas, escutar histórias e buscar por vinhos… Vinhos? Será? Em torno dos anos 1800 um escritor político Cubano, chamado José Martin, falou: “ Deixem os vinhos serem feitos de bananas, se ficarem um pouco amargos, ainda assim serão nossos vinhos” Assim como muitos países usam suco de outras frutas, que não o de uva, para a produção do “vinho”, não seria estranho que Cuba fizesse o mesmo… Lembrando que a palavra “vinho’’ somente pode ser atribuída ao suco da uva, de outras frutas deve ser chamado “vinho de frutas”. A centenas de anos atrás, colonizadores espanhóis tentaram produzir vinhos em Cuba. A tentativa não obteve sucesso devido ao clima tropical, foi então que em torno do ano de 1500, vinhos espanhóis começaram a serem exportados a Cuba. Mas qual o motivo de ser “obrigatório” ter vinho nos anos de 1500? A resposta é: Sangue de Cristo. Igreja e governo sempre andaram de mãos dadas, porém em uma época de conquistas portuguesas e espanholas, colonização e catequização, o sangue de Cristo era essencial. A possibilidade de existir vinhedos em Cuba não era cogitada até que a habilidade de cultivar uvas em climas tropicais foi alcançada, em torno de 1990. A tecnologia possibilitou a produção de vinhos em condições tropicais como República Dominicana e Venezuela. Foi então que em 1998, 80 Acres na região de Pinar del Rio, em Cuba, produziram as primeiras uvas locais, que em domínio da Bodegas San Cristobal, criaram os primeiros vinhos Cubanos, feitos com uvas locais e polpa de uvas italianas. Durante o começo dos anos 2000, foi possível ter todo o processo de produção na ilha de Cuba, incluindo variedades como Pinot Grigio, Cabernet Sauvignon e Chardonnay. Todo esse processo esteve diretamente ligado a empresas Italianas que ajudaram Cuba até com doação de sementes para a formação dos vinhedos. Hoje os vinhos de Cuba são produzidos desde telhados de casas em Havana até as regiões de Pinar del Rio, Nuevitas in Camaguey (uvas locais) e a região de Artemisa. Claro que as vinícolas artesanais nos telhados são as mais famosas de Cuba, então visitamos o Sr. Orestes Estevez, com sua vinícola em casa, em plena Havana. Orestes é famoso por reportagens mundo a fora e por sua técnica, onde usa preservativos tapando a boca dos jarros de vidro… Quando a fermentação do suco de uva, frutas tropicais, gengibre, beterraba ou hibiscus começa, o preservativo se infla, e quando a fermentação se completa e não produz mais gases, o preservativo murcha e o vinho ou o vinho de frutas está pronto. Possue 300 jarros com 20 litros cada, o vinho leva em torno de 45 dias para ficar pronto, e vende algo como 50 garrafas ao dia, para consumidores diretos e restaurantes, por $0.40 o litro e para turistas $1 a garrafa. Agora o por que das camisinhas? Em um país isolado comercialmente, a população não tem acesso a equipamentos adequados para a produção dos vinhos, assim como milhares de outros produtos comuns no nosso dia a dia, a idéia então foi improvisar. Orestes revolucionou a comunidade onde vive ao distribuir mudas de plantas para seus vizinhos e comprando deles a produção de uvas para a fabricacao dos seus vinhos. Assim varias casas possuem uma parreira, doada por Orestes. Provamos os vinhos de Cuba… e como diria Jose Martin, se não sairem muito bons, ainda assim são Cubanos. Alguns bares e restaurantes são paradas obrigatórias em Cuba, como diria o escritor Ernest Hermingway “My Mojito en la Bodeguita, My Daiquiri en el Floridita” Então fomos nós a La Bodeguita del meio provar Mojito… E visitamos Floridita, un dos 7 bares mais famosos do mundo, para provar o melhor Daiquiri de Cuba. E quanto ao Cuba Libre? O drink sinônimo de Cuba, foi criado no restaurante Dos Hermanos, e lá provamos esta iguaria, acompanhado de um típico charuto Cubano. Um dos pratos que devem ser provados na viagem é o Sanduíche Cubano, e para isso nada melhor que uma parada no famoso sloppy Joe’s. O verdadeiro Sanduíche Cubano consiste em uma baguete com presunto, queijo e carne de porco. A melhor forma de conhecer Havana é alugando um conversível com chofer e guia ($150 por 4 horas) Depois do tour o ideal é passar o dia caminhando na Old Havana, parando de bar em bar, fumando charuto, degustando drinks e aproveitando as classes gratuitas de Salsa nos bares da cidade. Com um povo acolhedor e carente, que tem como ídolo Fidel Castro, Cuba merece ser visitada.
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Andre & Karla
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