Saímos de barco desde Bordum, na Turkia, até a ilha de Kos na Grécia. De lá fomos de avião até Atenas e então Sofia, a capital da Bulgária, onde começamos a desbravar um mercado de vinhos em expansão! Uma das primeiras coisas que fazemos em cada país é buscar um free walking tour. São passeios gratuitos que você faz caminhando pela cidade. Um belo cartão de boas vindas! Encontramos um tour diferente, de comida, onde passamos por vários restaurante locais provando as delícias da região. E realmente de graça! Destaque para a sopa fria de iogurte com Dill e pepino, fantástica! Este tipo de tour abre as opções e você aproveita mais a sua estadia. Prova disso, foi que passamos em uma antiga vinícola subterrânea, que hoje é um restaurante. Ao final do tour voltamos para jantar e tomar um vinho local chamado Mavrud. Mavrud é conhecido pela cor rubi escura, conhecido também como rosa negra. Boa densidade e característica de frutas maduras com um toque apimentado ao final. O acompanhamento para o jantar foi o tradicional prato de carnes e embutidos búlgaros. Após o jantar, alguns tradicionais restaurantes oferecem uma receita secreta de vinho chamada Pelin. Esta bebida é amarga, sendo um mix de vinho branco com ervas, geralmente a Wormwood, a mesma usada no Absinto. Apesar de possuir artes, que mostram uvas cultivadas na Bulgária a mais de 1000 anos atrás, o país é considerado um mercado em expansão, onde as variedades francesas como Merlot, Cabernet Sauvignon, Rieslings e Muscat, chegaram em 1960 para substituir, mas não extinguir, as variedades locais Ganzá, Mavrud e Melnik. A viagem segue e saímos de Sofia com destino a Plovdiv, a segunda cidade mais famosa da Bulgária. No caminho, passamos pelo Bachkovo Monastery, cheio de afrescos e muita história. Chegando em Plovdiv fizemos um walking tour, claro, pelas ruas da antiga cidade, fantástico! De passagem, a guia nos indicou a melhor casa de vinhos da cidade, a Wine Culture. Chegando, nos apresentamos ao dono e perguntamos se ele poderia nos proporcionar um wine tasting profissional... Ele puxou a cadeira, um mapa, queijos locais e falou: Preparem-se para conhecer os melhores vinhos da Bulgária! Então vamos aos mais importantes deles: Começamos com alguns brancos e rosés, porém o mais interessante foi produzido com a uva Dimyat. Uvas grandes, muito aromáticas, produz um vinho leve que não deve ser envelhecido. Ideal para ser tomado em dias quentes. Estas caracteristicas fazem a variedade Dimyat ser a uva indígena mais produzida na Bulgária. A Tamianka é a Muscat Blanc, da família da Moscato, uma das uvas mais antigas do mundo. Muito plantada na Itália onde produz o famoso Asti. Na Bulgária, a Muscat Blanc, produz vinhos com características florais e apimentadas. Quanto aos tintos, provamos um Mavrud melhor do que tomamos em Sofia. Bem frutado, excelente acidez e com muito tanino. Bom vinho de guarda. A próxima da degustação foi a famosa Ganza, variedade levemente frutada que lembra um Pinot noir. Finalizamos com um naturalmente doce, de colheita tardia, variedade Mavrud, que lembra em muito os vinhos de sobremesa alemães. Ao final, fomos presenteados com um Merlot, variedade bem conceituada no país, edição limitada de 700 garrafas. Saindo de Plovdiv fomos em direção a Romênia, no caminho paramos na vinícola Búlgara mais conhecida internacionalmente, a Lovico. Esta cooperativa gigante reflete o mercado em expansão, onde irá investir 5 milhões de euros ainda este ano, para renovar suas instalações. Conhecemos toda a história da fábrica, instalações e ao invés de uma degustação fomos presenteados com algumas garrafas. Após degusta-las, comprovamos a qualidade dos Chardonnay e Merlot da Bulgária! Um conjunto de fatores, que chamamos de Terroir, junto com as técnicas de excelentes Winemakers, podem produzir vinhos de ótima qualidade em quase todas as partes do mundo! Após passear por Romênia e Sérvia, regressamos a Bulgária para devolver o carro, mas não antes de passar em Belogradchik, Rila e Melnik. Em Belogradchik visitamos o belo forte da cidade. Rila fica nas montanhas, linda paisagem e um belo monastério ortodoxo. Melnik, tem a fama de ser a menor cidade do mundo e é conhecida pela uva que leva seu nome. Lá passamos por duas vinicolas, a Villa Melnik e Orbelus. Orbelus é uma vinícola orgânica, que produz em sua maioria Blends entre uvas indígenas e variedades francesas. A vinícola é muito interessante pelo formato de barril, que pode ser visto a kilometros de distância. A sala de degustação possue uma linda vista para os vinhedos. Possuem 10 barris especiais, de carvalho, usados apenas para a fermentação.Técnica não muito comum, principalmente em barris deste tamanho, porém encontrado em algumas boutique wineries. Apenas algumas safras especiais, consideradas excelentes, passam por este processo. Na Villa Melnik, provamos uma grande variedade de uvas nativas, com destaque para as Melniks. Shiroka Melnishka é conhecida apenas como Melnik, possui grande afinidade com barris de carvalho. Não confundir com a variedade Melnik 55, conhecida como early Melnik, uva híbrida que foi criada 1963, na Bulgária, com propósito de maturar antes que a Melnik tradicional. Produz vinhos que envelhecem bem, frutados com sabor predominante de frutas secas. O destaque da degustação foi o orange wine! Um vinho não muito comum, que perdeu lugar para os vinhos frescos que dominaram o mercado. O orange wine, leva este nome por sua cor alaranjada. É um vinho branco, com processo de produção estilo tinto, ou seja, fica em contato com as cascas por algum tempo durante a fermentação. Este processo libera cor e tanino ao vinho, atributos não muito procurados nos vinhos brancos. Após 3000 km rodados, vamos seguir a trip em direção a Macedônia e Kosovo. O que será que vamos encontrar por lá?
1 Comment
Thiago Araújo
11/18/2023 01:37:56 pm
Ótimas informações
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Andre & Karla
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