A região Douro é muito mais do que vinho do Porto. Saímos da região dos vinhos verdes, com muito conhecimento na bagagem, e seguimos o passeio até o famoso Vale do Douro, onde é produzido o aclamado vinho do Porto. Se você não acompanhou nossa trip no Porto, onde ficam armazenados os famosos vinhos do Porto, na cidade de Vila Nova de Gaia, de uma olhada neste post antes de ler este artigo: https://www.locoporvino.com/blog/um-guia-completo-sobre-o-vinho-do-porto-em-uma-das-melhores-enotrips-que-ja-fizemos Agora que todos nós já sabemos tudo sobre os vinhos do Porto, que tal conhecer melhor onde as uvas são cultivaras e os vinhos são produzidos? Isso mesmo, os vinhos do Porto “não são” do Porto e sim do Douro. Eles apenas envelhecem no Porto, nas Cavas de Vila Nova de Gaia. O vale do rio do Douro é reconhecido como patrimônio da humanidade pela Unesco. Douro é separado por Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. Não quer dizer que Douro superior é melhor, é apenas o nome da região. Para conhecer o processo de produção de perto, ficamos hospedados nas principais cidades do Douro, Régua (baixo corgo), Pinhão (Cima Corgo) e um pouco mais acima da cidade de Tua, na vila de Torre de Moncorvo (Douro Superior). O Cima Corgo é considerado o coração do Douro, de onde saem excelentes vinhos do Porto, sempre amparados pelos chamados “vinhos tranquilos” ou “de mesa”do Douro. É uma região rica em castas autóctones, com muitas vinhas velhas, que passam de 80 anos e com uma variedade de castas misturadas. Por exemplo, se você encontrar um vinho do Douro, que apresente no rótulo “vinhas velhas”, provavelmente o vinho foi produzido com uma média de 20 a 40 castas diferentes, plantadas misturadas e fermentadas todas juntas. As castas mais famosas são Tinta Barroca, Tinta Roriz, Tinto Cão, Touriga Franca e Touriga Nacional. A melhor maneira, sem duvida, de visitar a região, é de carro. Apesar de que existe um trem que passa pelas 3 cidades ou ainda vários passeios de barco pelo Rio Douro. A viagem de trem, ida e volta pelas 3 cidades, custa 43 euros e se chama Comboio Histórico do Douro. Mais detalhes podem serem conferidos no site do Comboio: https://www.cp.pt/passageiros/pt/como-viajar/em-lazer/cultura-natureza/comboio-historico Entre as atrações, além do trem, está o museu do Douro, parada nos miradouros, e claro a rota dos vinhos do Porto e Douro. Os cruzeiros pelo Douro possuem saída da cidade do Porto ou do vilarejo de Peso da Régua. O passeio mais barato, de 1 dia, sai em média por 60 euros, subindo o percurso de onibus e regressando de barco. Este passeio pode ser comprado em qualquer hotel ou até mesmo nas margens do Douro. Mas vamos aos vinhos… Nossa primeira parada foi na Quinta da Pacheca, onde dormimos em um barril. Contamos tudo aqui: https://www.locoporvino.com/blog/ja-pensou-em-dormir-em-um-barril-no-meio-de-umas-das-mais-famosas-regioes-vinicolas-do-mundo No dia seguinte, fomos a Quinta do Vallado, uma das quintas mais antigas e famosas do Vale do Douro. Pertenceu a Dona Antonia Adelaide Ferreira. Provamos ótimos vinhos em uma Quinta que ainda usa a pisa, como forma de macerar as uvas. Se você quiser gastar um dinheirinho, pode comprar o very Old Port, 1888, que custa €3450 euros. Ou Levar um tubinho com o vinho pra casa por €200 Euros Seguimos o passeio para a Quinta do Pôpa, que tem o vinho “homenagem tinto 2011”, como o medalhista da casa. E que tal este visual? Quinta do Tedo foi a próxima visita.. “Os Vinhos Tintos DOC da Quinta do Tedo são produzidos principalmente em 4 castas cultivadas na propriedade: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Cão e Tinta Roriz. Para garantir mais fruta e menos acidez, colhemos as uvas que dão origem aos vinhos Tintos DOC antes das uvas que vão ser usadas nos Portos.” Provamos o DOC Grande Reserva, Um barril de vinho selecionado da mais antiga parcela Savedra da Quinta, com média de 60 + anos de idade. Produzido apenas em anos soberbos. Algumas garrafas dos Portos são pintadas a mão. Em um dia fizemos 3 visitas na região de Pinhão, foram: Companhia Velha (Quinta das Carvalhas), Fladgate Partnership (Quinta do Roeda) e Symington (Quinta do Bonfim) Na Quinta das Carvalhas, da real companhia velha, uma das mais emblemáticas de Portugal, o passeio é voltado ao terroir. A visita é guiada por Alvaro Martinho, uma figura quase que folclórica, que agarra as raizes das plantas, oréganos selvagens, desfaz pedaçõs de chistos (solo local) e desenha no chão explicações do por que estarmos no melhor terroir do Douro. O engenheiro Agrônomo responsável pela viticultura da Quinta, tira você da monotonia dos tours pelas adegas e leva você de Jipe pelos desfiladeiros do Douro. Na Quinta do Roeda, você vai encontrar uma das mais conhecidas propriedades da Croft, onde estão plantadas as vinhas mais antigas do Douro. Na quinta do Bonfim tivemos uma grande aula de vinhos do Porto que mesclou história com técnicas atuais. E fizemos degustações Vintage de 1985 e 2017, onde se pode ver o quanto um Vintage desenvolve em garrafa. No Douro superior escolhemos uma vinícola chamada Quinta do Couquinho, no qual almoçamos com os donos e o Enólogo. Almoço regado a uma degustação fantástica dos seus vinhos do Douro Superior, no restaurante O Lagar. (Vale muito a parada neste restaurante) Depois fomos a Quinta, onde provamos vinhos direto da fonte, entendemos melhor sobre solo e região. Quanto a comida no Douro, onde comer? Além do O Lagar, que indicamos acima, vamos dar duas dicas de experiências únicas e completamente distintas. A primeira é o restaurante D.O.C. Do renomeado chef com estrela Michelin, Chef Rui Paula. É alta gastronomia, excelente técnicas e uma explosão de sabores. (E preços é claro… duas pessoas com vinho, podem pagar algo como 200 a 500 euros.) Que tal esta entrada? Feita com linguiça alheira e ovo com cocção lenta. O segundo fica por conta de um jantar com entrada, prato principal, sobremesa, aperitivos, sopa, vinho do Porto e Jamón que você mesmo se levanta e corta, tudo isso por 15 Euros. Estamos falando do restaurante local Fonte Nova, em Armamar. A verdadeira comida portuguesa! A experiência quanto aos vinhos do Porto, ficou pela visita a Quinta Vasquez de Carvalho, na cidade de Peso da Régua, com uma Aula do Sr Antonio Vasquez de Carvalho. Sua familia vem por gerações produzindo uma dos melhores Portos da região. Esta dica recebemos da dona muito simpática de um hotel chamado Original Douro. Alice, nos deu dicas fantásticas sobre a região, nos ofereceu drinks locais, como cerveja com vinho moscatel. Inclusive um licor de Pastel de Nata. (Aquele, tipo pastelzinho de Belém) O Hotel é um mix de antigo e moderno, resultado da reforma do primeiro hotel da região. Vale a pena a estadia pela simpatia da dona, localização, dicas e ambiente.
Note que em nosso post não citamos o ícone do Douro e de Portugal, o famoso Barca Velha, da casa Ferreirinha. Não citamos pois é muito marketing, marca, show business, mas foi tema de conversa com todos os wine makers. É um vinho bom? Sim, excelente. Já ganhou pontuação máxima da Wine Enthusiast e se tornou o vinho de mesa mais famoso de portugal. Mas vale os €400 euros? Lembre-se que estamos falando de um vinho que teve apenas 19 edições, com uma historia que vem desde 1952. Então você não está comprando mais só o vinho, o líquido, e sim um pedaço de história. Juntando-se qualidade com raridade, temos um vinho de €400 Euros, com Vintages chegando a €900 Euros a garrafa. Quando as uvas não atingem a qualidade para o Barca Velha, a empresa lança um vinho chamado Reserva Especial. A quinta da Leda produz as uvas na região do Douro, que segundo a empresa são os responsáveis pela fama do Barca velha, pois 90% do vinho está nas vinhas, em boas uvas, o enólogo só não tem que estraga-las. Você pode visitar a cave Ferreira, em Vila Nova de Gaia, mas não irá provar o Barca velha em nenhuma degustação, é claro. Douro possui uma infinidade de Quintas, miradouros, Hotéis e restaurantes que você sempre vai ficar com a sensação de que deixou algo para trás. Infelizmente não da para visitar tudo, então esperamos que nossas dicas ajudem a você a preparar sua próxima trip. Salud.
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Andre & Karla
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